23 de janeiro de 2011

Minimamente

Por algum motivo sou assim,
reclusa em mim

E por algum motivo não consigo forçar que saia o que não quer sair
por mais que eu tente retirar
e por mais que eu saiba que eu preciso

Sou muito eu
e isso que faço faço pra mim
Necessidade não egoística
E há quem goste
por estar em mim
Até mais do que eu

Não, não mais do que eu.

Existe algo em mim que é natural
Tão natural que não há quem controle
Sequer eu
Mesmo sabendo que eu nunca tive a ilusão de ter algum controle
Não sobre mim

Tanto eu 
sou
Tanto mim
Preciso olhar de fora pra entender o que há de dentro

Minimamente


2 comentários:

  1. duas imagens valem tanto quanto 117 palavras, minimamente analisando.

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  2. O papel do poeta é fazer com que a palavra crie a imagem. Intencional ou não, o texto revela, traz à luz. Até a forma do poema revela. Seus braços estão abertos recorrentemente, desnudando o seu íntimo, revelando um lado de sombra e outro de luz. Percebe-se, minimamente.

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