18 de dezembro de 2012

Conflito

E eu admito o medo?
Assumo a fraqueza?
Sento em cima do muro e fico lá até aparecer o que instigue minha defesa total?
Acesso a dor?

(Acesso de dor)

Maleável demais, preciso de mais.

17 de dezembro de 2012

Sutil

Quando valer a pena, 
que seja aquela que plana
e não aquela que sacrifica.

Leve e livre, rebelada de uma asa pela vontade de ser única.

11 de dezembro de 2012

Em terra

Morro
    de medo.
Subo e desço
Morro
    de medo.

Acentuo

Povo doido
não
Povo doído.

6 de dezembro de 2012

Além (Um pouco mais)


Falem!

Não suporto que se calem.
Eu preciso que exalem,
não me basta que assinalem.

Falem!

29 de novembro de 2012

Ego


Um minuto de vontade de dar um passo pro outro lado.

Controle.
(Merda, eu não faço dela o que eu quiser)
Quem tem tanto controle?


"Mas você também só quer tudo quando é bom demais"

22 de novembro de 2012

Questão de Gosto (Parte 2)

E quando eu gosto, eu gosto mesmo.
Mas vem você e me diz que não gosta
...
eu já gosto um tanto menos.

21 de novembro de 2012

Decidam-me


Pessoas me dizem o tempo todo para mudar.
 O engraçado é que o que mais me mandam fazer é parar de fazer o que os outros mandam.

12 de novembro de 2012

Permanência

Parece que a alegria de hoje só me deixa ver alegria pelo resto da estrada.

Habitual

Não realizo o que não me soe natural.

Não me oponho a melhoras,tento manter a mente aberta.
Mas analiso sugestões ao invés de aceitar imposições.

Talvez eu mantenha as mãos na cintura,
a perna marcando o tempo,
o cabelo de lado.
Talvez eu grite um pouco mais, 
espere muito menos.
Talvez.

Mas, 
com certeza, 
não vou fazer nada que me deixe depois com aquela sensação de  não-sei-porquê.

8 de novembro de 2012

Questão de gosto


Se eu não gosto, eu não gosto.

Mas, 
se você me disser que gosta,
 eu posso tentar gostar de novo.

6 de novembro de 2012

Poesia

Será que um dia eu vou voltar ao normal?
Dessa vontade de ser grande,
de apenas subir,
de seguir só para frente?

Desse frio permanente na barriga?

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- E a voz, como vai?
- Vai e vai e vai. Desde que não volte.

5 de novembro de 2012

Passagem


Eu já tive um irmãozinho.
Já tive um pai sedentário.
Já tive um namorado de cabelo curto.
Já tive uma irmã loira.


São tantas coisas que mudam em tanto tempo que não passa.

2 de novembro de 2012

Aceitação

"E o que você ganha sendo assim?"
A certeza da naturalidade.
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Para ser simples, entenda a simplicidade.
É necessário olhar de fora para dentro.
Agora,
saia com simplicidade e me conte o segredo.

Pelo amor de Deus me conte o segredo!
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Acontece, meu povo, que espontaneidade trabalhada não é espontaneidade.






26 de outubro de 2012

Exposição

É como se existisse um limite.
Uma curva,
que eu preciso fazer e por para fora.

É pelo meu tamanho,
pelo tanto que eu quero,
por tudo
- tudo! -
que vem de mim.

Nunca vou estar satisfeita mesmo.

25 de outubro de 2012

Apoio

Tentando manter os pensamentos claros,
o espírito imparcial,
o andamento natural.

Tentando controlar essa vontade,
essa vontade de sei o quê

Tentando esvaziar, seguir com o resto, manter no ponto.

O ponto
.
Cujo primeiro martírio é encontrar
e o desafio eterno é sustentar.

22 de outubro de 2012

Esgotado

Faço um traço, começo um passo,
mas o cansaço... 
ah!
o cansaço

18 de outubro de 2012

Marca

Estou precisando ler-me para descobrir

aonde
o que
como

escrever-me.

29 de setembro de 2012

Impotência

A única tristeza que eu consigo ignorar é a minha.

10 de agosto de 2012

Poesia digital

Cada pasta nova de imagens é uma alegria nova no peito.

31 de julho de 2012

Metamorfose

É no espaço de um elogio que o milho vira pipoca.

27 de junho de 2012

Confissão

Assumo: a soma do nosso sono é meu supra-sumo.

Pedido

Um elogio, por favor!

Não nasci com a confiança intrínseca e independente. 
Eu preciso de um empurrãozinho.
Um só.
Some o medo,
Soma-se a vida.

Desvio

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Vejo e ouço tanto mal que quase perco o natural.

11 de junho de 2012

Veleiro

É gota a gota que 
pinga
É dia a dia que escorre

E me apavora de medo de estar indo pra direita errada.

"Mas só existe uma direita, querida."
E qual é ela, Pai, qual é ela?

1 de maio de 2012

"Vai depender, vai depender..."

Abri a folhinha da Seicho-No-Ie no dia 28 de abril e o que li de relance foi: "Na vida, seja sempre flutuante."  Pensei: "Nossa, é mesmo a mensagem perfeita pro aniversário da Lílian."
Engraçado que, poucos minutos antes, havia chegado em casa e lido no meu quadrinho, escrito por ela para recepcionar com carinho bons amigos: "Viver não é preciso, navegar é preciso". Na vida, seja sempre flutuante. 

Há mesmo no mundo essas pessoas que nascem sem o mínimo medo de flutuarem e sem a mínima necessidade de apegarem-se. E o engraçado é quando elas nascem assim, perto de quem apega-se mesmo ao flutuar. É o balanço perfeito, a completude, e nas palavras dela, "a existência completa".

A intenção para o seu aniversário era muito maior que essa. Era pedir a todos os seus alunos e ex-alunos que lhe desenhassem como a veem e colar no seu quarto antes que você chegasse em casa. Além disso, havia a festa surpresa que estava planejada em minha cabeça há cerca de um mês, com direito a cupcakes e pirulitos de chocolate. Bom, não deu. E hoje foi quando consegui mais ou menos escrever para você o que eu vinha preparando desde que vi a folhinha.

Ahh, depois olhei com cuidado para a folhinha, tentando entender tanta identificação. O que estava escrito era: "Na vida, seja sempre atuante." Pronto! Eu enxergo o que eu acho que se identifica e o que está escrito se identifica tanto quanto. Acho, Lili, que enxerguei o que vejo em você e depois reli o que á parte gritante da sua essência. Novamente, o balanço perfeito.

Aqui em casa, é raro alguém mudar a folhinha para o dia seguinte. Eu, quando vejo o dia errado, sempre mudo. Dessa vez não mudei, quem buscar a mensagem do dia ainda encontrará a mensagem do dia 28. Ainda não quis mudar, por que vai demorar a chegar o dia que não seja seu para mim. 

15 de abril de 2012

Referência

Se me dizem que sou melhor que você,
de que vale quando o que quero é ser melhor para você?

10 de abril de 2012

Mútuo

O natural é correto.
O correto é natural.



1 de abril de 2012

Beleza

O que eu não gosto na chuva é ter que fechar a janela.

28 de março de 2012

Pétala

Eu quero flores

para enfeitar esse meu lado preto 
e branco
para me mostrar onde eu importo 
e quanto

para acabar com esse verso em pranto.

26 de março de 2012

Presente


A quem me deu tudo
a quem faz de Goiânia o meu Porto Seguro 
a quem me faz feliz, 
mais,
a quem me fez feliz

eu só posso dar o meu cheiro de filha.

Verso

Aversão a versão de vocês.

11 de março de 2012

Coragem

Me disseram que era melhor não.
Eu vou cantar pra ver.

7 de março de 2012

Por Fios

Algumas coisas simplesmente não são.
De alguns lugares também não somos.


A beleza talvez esteja no que faz a ligação.

4 de março de 2012

Purificação


Costuma-se dizer que ouvir certas coisas magoa. Certas coisas que são ditas obviamente magoam.
O problema é ouvir aquilo dito que não sabe-se que magoa - relaxa. É isso que faz nascer toda essa confusão do natural. A exigência do outro, aquilo que o outro diz que não imagina onde atinge, faz a naturalidade se tornar uma busca artificial. Percebe? É contraditório, e contradição não percebida gera confusão. Confusão é perigoso, é conflitante. Achar o ponto pode demorar um tempo, que não interessa quão jovem, é tempo perdido. É tempo perdido.  Ainda bem que as coisas evoluem e que muda-se de certezas, ainda bem que em uma mesma realidade, o plano torna-se mais completo e claro: algumas coisas simplesmente não são para que outras sejam, que bom.

Não preocupe-se, leva-se mesmo um tempo para achar o ponto. E ele varia, o que piora tudo. Mas não é isso que a vida é? Busca do ponto correto, do equilíbrio, do balanço?


Em um momento percebi que tudo tem o seu lugar. 
Talvez não haja lugar nenhum.



" ... a aproximação, do que quer que seja, se faz gradualmente e penosamente - atravessando inclusive o oposto daquilo que se vai aproximar. " - Clarice Lispector

27 de fevereiro de 2012

Percepção

Eu sou essa pessoa que tenta agir naturalmente até perceber o quanto isso é contraditório.

16 de fevereiro de 2012

Peça

Primeiro sinal.

Segundo sinal.


Terceiro sinal.
Cortinas abrem. 

"

São tantas, tantas coisas.
O problema do meu mundo nesse momento é que ele é grande demais. Eu sou covarde, total e completamente covarde. Não há uma célula sequer que emane qualquer tipo de coragem. Tenho medo do tamanho do mundo, da velocidade do mundo, do tempo do mundo e de todo mundo. Tenho medo das decisões erradas. Tenho medo das opções, porque tenho medo dos possíveis caminhos e descaminhos. Tenho medo do futuro que construo e mais ainda daqueles que... Destruo. E não, discordância do que eu digo não é o que eu quero, palavras de conforto não é o que eu quero. O que eu quero, o que eu simplesmente quero, o que eu profundamente clamo por, o que eu desesperadamente tento, é arrancar do fundo do peito, da garganta, da alma, de não-sei-onde essa sensação de... de... de... dúvida. Incerteza. Possibilidade.Tantas opções, tantos caminhos, tanta diferença. Tantas considerações, tantos prós, tantos contras, tanta merda. Merda. Merda pra mim, já que já estou aqui mesmo. Já que quero estar aqui. Já que tenho que escolher onde mais quero estar. Onde mais não, onde, por que não podem ser duas respostas. Sei que vão me encher o saco, mas me deu vontade de xingar hoje. Xingar! HA HA HA HA HA HA, eu digo merda e já acho que estou xingando, HA HA HA HA HA HA HA HA! Cômico. Como? Estúpido. Isto? É, isto é estúpido (essa palavra parece que cospe, não parece?). Quem se importa? São minhas dúvidas, são meus problemas, é a minha covardia. É o meu tempo, minha perda de tempo, meu ganho de tempo, minha falta de tempo, minha viagem no tempo em um potencial futuro em que olhe pra trás e diga "Puta que pariu, o que foi que eu fiz?", minha volta no tempo. (Puta que pariu já é mais que merda, não é?). É tudo meu e eu não quero palavras de conforto. Eu não quero soluções. Eu quero vomitar palavras desagradáveis e insuportáveis. Eu quero detestar alguma coisa com força para poder negá-la com força. Quando o amor por algo é muito, nós abraçamos o algo. Quando a repulsa é irreparável, afastamos. O meio termo é insuportável.
Todo o mediano é nauseante, é insosso, é sem vida. É falta de vida que se espalha pela vida inteira. E falta de sentimento também é tristeza.

"

Silêncio pasmo. Palmas constrangidas e agoniadas que não conseguem parar.

11 de fevereiro de 2012

Tempero

Do seu calor eu não reclamo.

7 de fevereiro de 2012

Capacidade

Eu posso fazer mais.
Mais.
Mas.
Mas o quê?

6 de fevereiro de 2012

Talvez a resposta seja que o momento certo para estar com alguém é aquele em que não há mais problema em estar sozinho.

20 de janeiro de 2012

O que você não percebeu, querida, é que falta de sentimento também é tristeza.






18 de janeiro de 2012

Depende do tempo

Ao tornar-se lembrança felicidade transforma-se
em...  em...

decepção?

tristeza?

saudade?

Depende do tempo.
Felicidade que torna-se lembrança recente transforma-se em dor.

11 de janeiro de 2012

Falta

"Me deu vontade de comer uma macarronada que só minha mãe fazia..."

Ouvi ontem, da minha mãe. Me fez sentir aquele nó na garganta. Imaginei se haverá um dia em que eu diga o mesmo para os meus filhos.

A falta que sufoca é a que fica nos detalhes.

10 de janeiro de 2012

Ano novo

Mudanças padronizadas fazem-me pensar no que muda de verdade.
Mudou-se o que é inevitável. E só.

Em mim mudou a exigência de que mudanças sejam mais verdadeiras.