24 de outubro de 2011

Sempre

Não ria das minhas sentimentalidades.
Não deboche do meu sentimentalismo.

Não escarneie o pouco que me é tão natural.

21 de outubro de 2011

Traços

" Detesto dizer que não.
Dizer "não" me atrapalha internamente.
Alguma coisa em minha estrutura se altera e me faz mal.

As razões que me motivam a escrever coisas, a me expor sobre certas coisas são quase sempre ridiculamente bobas. As razões que me alteram, que mexem comigo internamente são quase sempre ridiculamente bobas.

Eu sou quase sempre ridiculamente boba.

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Tive que aprender a me decidir sobre coisas. Dizer onde não ia, com quem não ia e o que não ia fazer. Duas escolhas, sim e não, sempre me trouxeram um pouco de tormento.
A questão é que coisas tem me feito pensar. Vontades tem me feito agir. E eu quase nunca aprovo a maneira que ajo.

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Minha mente funciona de uma maneira tão libriana em que peso todo o possível em pouco tempo. O que acontece no final é que quase nunca estou em um lugar completamente.

Realmente, eu penso demais nos outros. Realmente eu penso demais. Mas eu também detesto que me digam o que fazer. E nisso pode estar um dos pontos que eu procuro.

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Tudo está conscientemente cosido. Afinal a vida não é isso? Essa mania de explicação. Essa mania de padronização. Essa mania de conceituação.
Existem em mim uma forma borrada, um emaranhado de características, nada com um traço perfeito de lápis 6B. O grande problema é a pressão de estabelecer essa forma exata, traçada ao longo da vida, iniciada com as linhas pontilhadas das tias da alfabetização.

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' O que faltava, filha, e que você tanto procurava, era (é) não ter que procurar nada.' "

16 de outubro de 2011

Minha culpa

Não posso me acusar de não pensar...
Só de ignorar o que descubro.

15 de outubro de 2011

Descontrole

Eu tenho que te devolver o controle. (Silêncio) (Silêncio) (Silêncio) (Silêncio) O controle do portão. Eu sei. Vou arrumá-lo e te devolvo. Não quero. Oi? Não quero. (Silêncio)
Se você me devolver, eu perco o controle.

14 de outubro de 2011

Ponto de vista

- Por que você não usa lentes?
- Porque eu gosto de ter esse poder de alterar meu mundo com facilidade. Quando estou com os óculos tenho uma visão lactu sensu, vejo de tudo um pouco, o que está longe e o que está perto. Aí quando me dá na telha e o tiro e só vejo o que está perto ou dentro.
- Você sempre tem uma resposta poética...
- Não é? E a verdade mesmo é que é só porque eu não me acostumo.


(Antigo, bem antigo. E não poderia ser melhor contextualizado.)