25 de junho de 2011

Sobre fluidez

É extremamente intrigante como os textos se amadurecem dentro de mim. De alguma forma eu sei que eu ainda não estou pronta para sentar e escrevê-los, ainda estou absorvendo para saírem do meu jeito. De alguma forma são plantados e a partir daí vão crescendo, virando e por isso são uma extensão do que eu sou. E se eu tento fazer antes da hora, ah, sai algo assim truncado, cheio de buracos e vazio do que é essência em mim. Muitas coisas vindo por aí, muitas, sem que eu precise sequer me esforçar para elas. Estou apenas sentindo-as chegando. Como eu, logo, logo.


(Créditos por tratamento de foto mais que devidamente oferecidos a Stella Carvalho.)

15 de junho de 2011

Escada

Carrego todos os jeitos do mundo
Absorvo maneiras de todos os outros
Sou feita de tudo que ouço, vejo e percebo
Tudo, tudo que me é dito faz alguma diferença

Subo e desço todos os dias só para alongar a frase
Só para continuar construindo o texto que sou por dentro
Sem nenhuma pretensão de conseguir finalizar da melhor forma

10 de junho de 2011

Reflexo


Quando meus olhos não sorriem por si só
minha alma é rio corrente
Correndo para algum lugar em que ria sinceramente.

3 de junho de 2011

Prática

Algumas coisas são apenas sobre anulação do ego: ter a capacidade de dizer o que o outro quer ouvir ao invés de dizer o que se quer dizer. Às vezes não se quer falar. Quer-se ser descoberto. Por isso deixam-se enigmas. Não quer ajudar a desvendá-los. Quer-se ser descoberto, e só. Sem perguntas, sem respostas. Apenas leitura de sentimentos.

Poesia é a única coisa que consegue ser, ao mesmo tempo, leitura de sentimentos e sentimentos escritos. Leia-me para ler meus sentimentos.

1 de junho de 2011

Poesia é a única coisa que consegue ser ao mesmo tempo leitura de sentimentos e sentimentos escritos.