30 de abril de 2010

Coração de Pedra



- Estou triste hoje.
- Por quê?
- Besteiras...
- Não sei porque as pessoas não ligam pras besteiras.
- Eu ligo.
- É de besteiras que é feita a vida,são nelas que iniciam grandes momentos ou grandes decepções...
- E é de besteiras que a vida é desfeita.
(Ou as coisas bonitas dela...)

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Eu não conheço a neve,
Eu não conheço o frio,
Mas conheço a tristeza de um coração vazio.
Ah, se esse coração fosse de pedra,
não sofreria tanto,
não amaria tanto.
Ah, eu quero um coração de pedra,
pra acabar com esse samba que com tristeza eu pranto.


(Incrível e nada proposital a contradição deste post com o último...)

27 de abril de 2010

O que me faz feliz


Não é incomum eu ficar analisando minha vida. Tudo aquilo que passou, o que anda acontecendo. E o medo daquilo que virá.

A incerteza é tão intimadante. Os planos, apenas esboços, eu consigo vizualizar só envoltos em uma neblina longínqua. E são vários esboços. Talvez isso seja o mais apavorante. Quando há um ideal só, uma coisa só pelo que correr atrás, mesmo que apenas se aproxime do esperado no final, deve ser mais fácil. Mas quando os esboços são muitos... é difícil escolher em qual mundo quero viver.

Mas quando me pego analisando minha vida, percebo que, de certa forma, meu passado e meu presente se fundem. O tempo ainda não deixou nenhuma divisão marcante demais. Não me tirou de casa, não me tirou ninguém, não me arrancou pedaços. Já me deu um ou outro peteleco, que no momento eu até achei que fosse um tapa na cara, mas depois percebi que era sim apenas um peteleco. Essa mania de projetar o que poderia ser, o que poderia acontecer, me faz às vezes perceber que o que senti não foi grão de areia.

Mas ainda assim, algumas mudanças simples vão mostrando-me que o relógio está correndo. Não precisar do pai pra ir comprar um tênis, da mãe pra fazer o lanche, pra ir experimentar o uniforme na escola, pra assinar a autorização do passeio. De vez em quando ainda me pego admirando os vestidos de festa junina nas lojinhas de bairro. Tudo isso é resquício de uma infância quase recente, ou talvez de uma memória boa mesmo.

Leite condensado com toddy depois do almoço, filme na tv nos fins de semana, abraço e selinho do irmão bem mais novo, beijo no rosto dos irmãos pouca coisa mais novos, abraço carinhoso e aconchegante do pai, risada e bochecha-boa-de-apertar da mãe, biquinho-de-peixe da vó, festinhas com a irmã (desde sempre), café com os amigos, cantoria com as partes de mim, cantorias, músicas para aproveitar os tempos de ócio ou de ônibus, livros repetidos porque eu gosto mesmo, marcopolo na piscina, bolo prestígio; pão,pipoca,cinema particular,café com (do) namorado, estravagâncias. Queta no meu canto com todo mundo dentro dele. É o que me faz feliz. Porque pode o tempo passar, pode me dar petelecos e até bofetadas, mas a alegria prevalece.

A alegria prevalece em mim, graças a quem prevalece em mim. Tudo só segue em frente porque meu universo se expande em cada um que eu amo e recebo de cada um o universo expandido.

Apenas obrigado.

(Só enquanto eu respirar...)

23 de abril de 2010

Riacho


Acho
Porque tudo em mim é apenas o que acho
E aquilo que encontro é aonde me encaixo

Sigo o tempo, sigo o curso,
vou seguindo meu riacho
Sendo o tempo pai malvado
levo às vezes um esculacho

E é pai, irmão, amigo
A família é como um cacho

Vou aprendendo e sigo firme
feito nega de despacho
Conseguido o que quero
Talvez um dia sossego o facho.

16 de abril de 2010

Acho

Sou dependente
De uma forma preocupante

De mim
dependo
de ti
Dependo do outro
de calor
de aconchego

Não gosto do meu uni(co)verso invadido
Quero uma personalidade incontestável
No entanto minha mente é esponja demais.

Gosto de mim
Não
gosto de algo em mim

Penso demais
com fundo demais
Em pensamentos, em sentimentos
Em tentar
-me
compreender

Parece que nasci para uma coisa - natural em mim,
só que escolhi outra - que exige um pouco demais

Procuro-me
Acho
não
me encontro

Devo ser quebra-cabeça com todas as peças,
D e s m o n t a d o
Dificil de achar a
Forma
Completa.

Hoje (nesse momento)
acho
que não é fácil ser eu.

(Poema de alguns meses atrás. Tinha publicado e depois tirei, não sei explicar o motivo. Mas acho que já é hora de republicá-lo. 'Entrou na chuva, molha'.)(A forma, pangaré, a forma...)

13 de abril de 2010

Divagações

Existe uma contradição tão grande entre aquilo que a gente quer, aquilo que a gente necessita e aquilo que a gente faz. Imagino que o objetivo da vida seja igualar os três.

(Ainda não consegui desenvolver mais que isso...)

10 de abril de 2010

Erro de interpretação

Esses dias fiquei sabendo de uma conversa mais ou menos assim:

" E: Numa escala de 0 a 10, quantos parafusos vocês acham que faltam na A. ?

A: Ihhhh, pode parar tá?? Não me falta nenhum não, eu tenho é sobrando! "

Conclusão: Estávamos vendo o 'problema' pelo ângulo errado.

(Eu juro que tentei achar parafusos roxos...)

7 de abril de 2010

Rompante (Dilacero)



Não me limite, não me enquadre.
Não me ponha em uma sala cinza.

Me deixe no vento, embaixo do céu azul.
Me deixe em baixo das árvores, me deixe em contato.

Me dê cores, me dê cantos de pássaros,

me dê flores, me dê momentos.
Liberte-me, assim eu fico.


Não me enquadre, não me limite.

Permita-me.

Me deixe viva.

1 de abril de 2010

Borboletas


Ser eu é cada dia mais intrigante

Acho um pouco de mim aqui e ali,
em uma palavra,
em um trecho,
em uma canção.

Perco um pouco de mim aqui e ali também,
em um livro,
uma piada,
uma discussão.

Vou me contruindo,
reconstruindo. Descobrindo.
Incrível (e espantoso)
como tem sido prazeroso.

(Da poesia terapêutica auto-avaliativa. Estão em casa, comentem sem pudor.)