28 de janeiro de 2010

Breve opinião

Eu admiro quem consegue deletar pessoas. Admiro. Queria ter essa facilidade de enxergar a vida, mas não é assim que todas as pessoas são. Nem todas deletam pessoas.

Porque com pessoas se vão momentos juntos. Se vão planos, partes da vida. Planos nós reconstruímos, replanejamos. Mas lembranças... É minha arma contra o tempo saber que essas ficam. Algumas pessoas conseguem simplesmente virar as costas. Outras tentam virá-la por alguns meses e veem que não nasceram com esse dom de simplificar a vida. É claro que a força de ligação influencia, mas desfazer eu acho que é demais.

Tu te tornas ETERNAMENTE responsável por aquilo que cativas. ETERNAMENTE, não até que qualquer coisa os separe. Senão parece que tudo perde o sentido. Não acho que seja possível, e essa é simplesmente a minha visão, apenas esquecer. Não se esquece, apenas se cobre. E o respeito pelos sentimentos alheios é o que obrigatoriamente tem que ficar.

Se viramos as costas a tudo que simplesmente não significa pra nós mais que lembranças, o respeito pelo menos deve ser obrigatório. Porque nem todo sentimento é reciproco. Principalmente os de rejeição.

É estranho simplesmente virar as costas. Em algum momento, aquilo foi importante para. Ao virar as costas me parece que algum dia vou "descartar" o que vivo hoje também. Os sentimentos, principalmente os alheios, não são descartáveis. Temos o direito de mudar a nossa vida o quanto quisermos, sempre, mas temos que arcar com as consequencias dos laços que fazemos.

É simplesmente minha opinião.

26 de janeiro de 2010

Raça

Não adianta
Escrevo poesia.
Tento me aventurar de quando em vez pelos terrenos da prosa.
Mas definitivamente sou da poesia.

Que o digam os que me conhecem.
Sou da poesia nas conversas mais comuns.
Nos abraços, nos olhares.
Na telepatia.

Da poesia irregular,
sem métrica e sem rima.
Da poesia auto avaliativa,
terapêutica,
incoerente.

Sou dessa raça auto-destrutiva,
que se adora.
Que se repete, e consegue tornar única cada repetição.
Sou dessa raça incoerente.
Inconsequente, inconstante.

Sou da parte que não teve escolha,
mas que escolheria se precisasse.
Não forço. Não me enforco.
Me retraio (talvez) me retrato.

Sou dessa raça...
Da parte que tem como única certeza a tão inconcreta
poesia.

(O poeta é um fingidor e finge tão completamente que finge ser dor a dor que deveras sente.)
(Aceito sugestões de título.)

21 de janeiro de 2010

Insônia

Atoar - neologismo
Atuar - velho refúgio

(Mania feia essa de escrever e já por aqui sem pensar um pouquinho mais antes. Podem brigar comigo...)

Inundação

Me inundo
É só ler e me inundo de idéias
Coisas que eu não sei controlar e é estranho.
Minha cabeça podia ser organizada automaticamente,
em arquivos separados por ordem alfabética.
Fico lendo, assim, coisas tão próxima a mim.

Atoar- é meu neologismo.

20 de janeiro de 2010

À mão livre

Estou pegando a feia mania da qual sei que me arrependerei de escrever diretamente no computador. Deve ser algum sintoma de internetite. Devo estar me acostumando com ela. Sempre achei e continuo achando que o contato com o lápis e o papel trás um pouco mais de emoção, até de realidade para o que for que estiver sendo escrito. Uma carta, um poema, um conto. Mas estou me acostumando. Mas só com aquelas idéias que me vem quando estou cara a cara com a tela de 15 polegadas. Algumas coisas não mudam assim tão de repente.

Estou de férias, por isso tenho preguiça de ir dormir muito cedo, apesar de ter sono junto com a preguiça. Me obrigo a ficar acordada até a meia noite, no mínimo e a acordar pelo menos depois das 9. Mas a força do hábito realmente existe. Às dez da noite o sono já começa a me tomar (se bem que no período de aulas isso acontece mais cedo, dependendo da disciplina que me é ministrada no segundo horário) e às sete da manhã o sol já quer me acordar. Sete da manhã? De férias? Me obrigo a ficar na cama! Tanto sofrimento nos meios de semana sem férias por apenas uma hora? UMA HORA a mais de sono? Não é possível que meu corpo se contente com tão pouco. Fico na cama até as nove e tenho dito!

Ou talvez não. Porque todos os dias juro que vou sair para andar um pouco entre as oito e nove da manhã. É realmente o horário em que gosto de andar, sentir o sol ainda não tão forte, o vento fresco. Depois das nove parece que tudo muda. Gosto de andar em lugares sem muito movimento, bairros caseiros, sem muitos carros. Mas, como me obrigo a ir dormir depois da meia noite, quando o sol me acorda as sete da manhã meus olhos protestam contra a claridade. E é impressionante o modo como uma blusa escura estrategicamente posicionada na cabeceira da cama no dia anterior (ou madrugada...) resolvem rapidamente o problema e só consigo me levantar mesmo lá pelas 11, quando aí já é meu corpo quem protesta por tanto tempo sobre uma cama e me arrependo todos os dias da caminhada que perdi (ou talvez não me arrependa tanto assim.)

Porque também adoro andar no horário em que o sol está se pondo. O vento fresco parece que retorna, o sol fraco é diferente do de manhã. Parece que tem algumas vibrações boas vindo de todos os lados. Provavelmente de todos os trabalhadores que nessa hora tem o prazer de estar indo para casa, finalmente. Parece que o vento sopra uma nostalgia. Esses dias questionei o motivo de gostar tanto desse horário. Alguém me disse que poderia ser pelas cores, tão alaranjadas como no outono, onde estamos sempre mais a flor da pele. Talvez. Mas acho que é algo mais pessoal. Me lembra dos momentos em que chegava da escola à tarde, ficava em casa, olhando a rua. Deve ser isso.

De manhã tudo é azul, parece que está tudo começando. De tarde, quase a noite, é realmente tudo alaranjado, com um quê de ponto final. Ou ponto e vírgula porque amanhã o dia continua.
É impossível dizer qual horário é melhor para apreciar o mundo.
Quero te pedir perdão
Perdão pela minha inconstância tão endógena
Pelas atitudes que nem eu compreendo, pela impaciência
Perdão por cair no erro que eu sempre critiquei
Perdão por não entender a mim mesma,
e confundir sua cabeça por isso

Minha paixão é inconstante,
Meu amor é infinito

Talvez nem seja inconstante, eu só não aprendi a controlá-la.
É sensível ao extremo.
Mutável, por palavras, atos, pensamentos.
E eu me culpo por isso.

Meu amor é pleno. Como o horizonte.
E eu não sei como sei disso.
Não sei porque amo, talvez nem o que é amar.
Eu só plano por ele, por você.
E vem lado a lado com o medo.
Porque não ter seu abraço, seu olhar, me apavora.
Eu sei como é vazio o coração sem você,
e se eu não sei o que quero, eu sei o que eu não quero.

É muito maior do que a paixão. Muito mais seguro.

Me perdoa pelo que paixão inconstante me leva a fazer.
Descobri que a impaciência vem da culpa que eu sinto.

Mas aprecia meu amor, mais do que minha paixão.
Porque ele vale a pena, pleno, plana.
Concentra nele, porque é ele que importa.
E é dele que deriva minha paixão.
É dele que ela depende.

Eu juro que eu queria, que eu tento ser mais normal.
Porque o problema está sempre em mim(sem dramas)
Mas eu não tenho dúvida do quanto te amo, do quanto você faz parte de mim.
De que mesmo com uma paixão oscilante, o amor é infinito.

(Alguém irá se lembrar, alguém irá entender... Aos outros, pode ser apenas mais um poema.)

15 de janeiro de 2010

Sem fôlego

Adoro andar de ônibus. Mentira. Mentira não, exagero. Dizer que é mentira também é um exagero. Mas dizer que adoro,bem...

Nunca passo menos de 3 horas por dia andando no mais solidário dos meios de transporte. E, nesse período de ócio nem tão criativo nem tão criador intercalado entre casa e trabalho, trabalho e casa e algo que não vai muito além disso, descobri que é proveitoso e possível fazermos coisas úteis:

- continuar o sono interrompido a força pelos berros do despertador (porque qualquer som que amputa os sonhos sem nenhuma piedade a qualquer hora antes das oito da madrugada por mais suave que seja é um berro e quero ver quem será o primeiro a ousar discordar de mim);

- ler aquele livro que desenterramos por debaixo das xerox, agendas, carteiras, maquiagens e seja lá o que estiver perdido dentro do misterioso mundo da mochila e que você jurou que não vai devolver para a biblioteca antes de ler até o fim pois o R$1,50 que você teve que guardar para pagar a multa lhe privarão do biscoito de açúcar com canela mais tarde.

- atualizar o repertório musical dos recitais de chuveiro andando sempre com os fones do celular ou mp3 ou ipod ou tudo isso numa coisa só colados no ouvido, o que eu particularmente acho que nos priva de muitas histórias impagáveis e outras até inenarráveis, mas concordo que às vezes falta saco pra ouvir a Maria contando pra Maria que vai encontrar o namorado mais tarde e que ai dele porque isso isso e aquilo. Mas quando um ser não identificado resolve nos forçar a ouvir a banda Deja vu (pronuncia-se como se escreve) durante quarenta minutos seguidos de pura tortura, os fones são mais que justificáveis, totalmente necessários, até uma questão de saúde pública e o governo deveria deixá-los disponíveis em uma caixinha ao lado da catraca. Ou isso, ou proibir com um decreto de uma vez por todas os autofalantes nos mini aparelhos que só não servem ainda para educar os seus donos.

Na verdade, andar de ônibus é um exercício cultural dos mais completos e complexos. Partindo do ponto de que são três horas por dia, quinze por semana (contando apenas os dias inúteis!) e que a maioria da população brasileira passa a vida toda se locomovendo através desse meio e que a vida de um brasileiro dura em média setenta anos, fiquei com preguiça de fazer a conta. Mas minha intuição matemática relativamente aprimorada pelo curso de economia me diz que o tempo tomado é grande. E pode ser desperdiçado ou bem aproveitado, como qualquer outra coisa na vida, é óbvio.

Talvez um dia até descubramos que, tirando os arranhões, braços quase quebrados, sandálias perdidas, pertences furtados e até estapeações (sim, eu já presenciei uma estapeação entre um que descia e outra que subia, ou vice-versa, não me lembro), o momento de entrar no ônibus é um momento de transcendência entre um mundo e outro. Provavelmente ele vale muito mais a pena do que o destino aonde ele irá nos levar. São essas lembranças que ficarão, pois eu me lembro muito bem da história da menina que caiu da moto mas não lembro sequer pra onde estava indo quando a ouvi.

E, finalmente, respondendo à pergunta que provavelmente está passando pela mente do meu adorado leitor nesse momento, sim, sim, admito, estou juntando dinheiro para comprar um carro.

14 de janeiro de 2010

Poema para nós

Se fosse em outros tempos
Talvez um diário
Mas hoje, nessa certeza de que tudo é pra sempre,
a tristeza que inspira não apareceu.
Para mudar a concepção de perda.
Mudar esse medo historizado.
Porque tudo é pra sempre, e não nada.
Porque a lembrança não serve mais pra doer.
Porque passou o medo do fim.
Eternizaram:
risos, abraços, passeios,
rostos, cabelos e bocas.
Teatros e fotos
Canções e sonhos
Bolinhas no céu
Unicórnios e ossos
Campanhas a favor de dois
Pé na farinha
Coxas e graças e doces e foices
Eternizou

Porque saudade boa é essa,
que passa.


(Bastante antigo, bastante!)

Cupido e Psique


Psique era filha de certo rei e certa rainha e possuía duas irmãs de beleza encantadora que não se comparava porém a sua própria beleza. A fama de tal encanto fazia com que estranhos viessem de longe para admirá-la, o que irritou profundamente Vênus, que não se conformava com seus autares desprezados para devoção de uma mortal.
- Terei, então, de ser eclipsada em minhas honras por uma jovem mortal? Lhe darei motivo para se arrepender dessa beleza injustificada.
Sendo assim, a deusa chama seu filho Cupido e o manda castigar a jovem.
- Castiga, meu filho, aquela audaciosa donzela. Infunde em seu peito uma paixão por algum ser baixo, indigno, para que ela colha uma mortificação tão grande quanto o triunfo de agora.

Cupido encaminhou-se então ao quarto de Psique, com gotas de água amarga e outras de água doce, retirada da fonte de Vênus. Ao vê-la, quase foi tomado por piedade mas ainda assim derramou sobre seus lábios gotas de água amarga. Depois, tocou-a com a ponta de sua seta, o que fez a jovem acordar. Quando Psique abriu os olhos em frente a Cupido, que estava invisivel, ele se atrapalhou e feriu-se com a própria seta. Descuidando-se do ferimento, seu unico pensamento era corrigir o mal que havia feito e derramou as gotas doce sobre os cabelos de Psique.

Depois desse dia, todos os jovens admiravam e exaltavam Psique, mas nenhum pretendente lhe aparecia para propor casamento. Os pais, desesperados com a tristeza da filha, consultaram o oráculo de Apolo:
- Psique não se destina a ser esposa de um jovem mortal e sim de um monstro que a espera no alto da montanha, a quem nem os homens nem os deuses podem resistir.

Quando chegou ao alto da montanha, desesperada de medo, o gentil Zéfiro conduziu suavemente Psique a um vale florido, que se acalmou e adormeceu sobre a relva. Ao acordar, entrou no bosque e se deparou com um imenso palácio que não parecia ser obra de mortais. Enquanto admirava o palácio cheio de ornamentos de ouro e aposentos majestosos, ouviu uma voz:
- Tudo que vês é teu. Nós, cujas vozes ouves, somos teus servos e obedeceremos às tuas ordens com a maior atenção.
O marido de Psique vinha, porém, apenas nas horas de escuridão e partia antes do amanhecer. Apaixonada, ela implorava que ele a deixasse apenas ver seu rosto, mas ele recomendou-lhe que jamais tentasse, pois tinha bons motivos para escondê-lo.
Uma noite, porém, envenenada pelas irmãs que invejosas disseram que seu marido era provavelmente uma serpente, aconselharam Psique a acordar durante a noite e iluminar seu rosto, pronto para matá-lo caso fosse um monstro realmente.
Ao fazer isso, acidentalmente Psique acordou o marido.
- Tola Psique, é assim que retribuis meu amor? Vai, volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos prefere aos meus. Não lhe imponho outro castigo a não ser deixar de ver-me para sempre.
A jovem, após algum tempo, recebeu o conselho de Ceres, deusa da terra, que lhe disse para render-se a Vênus e conseguir-lhe perdão pela submissão.
Vênus a recebeu com a ira estampada no rosto:
- Tu, a mais infiel das servas lembras-te que tem uma senhora? Ou talvez tenha visto apenas para ver o marido enfermo pela ferida que lhe causou a esposa.

Ordenou então que Psique fizesse vários trabalhos de casa, provando que poderia ser uma boa nora. Psique chegou a descer ao inferno para buscar com Perséfone um pouco de sua beleza para oferecer à Vênus. Porém, a curiosidade fez com que ela olhasse a caixa dada por Perséfone antes de entregá-la a Vênus, mas ali apenas encontrou o sono, que a fez desfalecer no mesmo lugar onde estava. Cupido, porém, vendo o sofrimento da esposa, foi buscála.
- Mais uma vez quase morreste devido à curiosidade. Porém, provou seu amor.
Cupido a transformou em imortal e juntos tiveram uma filha que foi chamada Prazer.

A história de Cupido e Psique retrata a alma humana, purificada pelos sofrimentos e infortúnios e preparada então para apreciar a pura e verdadeira felicidade eternamente, por isso vale a pena.

(Calma, se você leu até o final, eu também achei que não acabava mais. Mas a história é clássica e vale ser lembrada. Gosto muito de mitologia e queria colocar algum mito marcante para mim. Fiquei em uma dúvida ferrenha entre vários, como Píramo e Tisbe, Dafne e Apolo, as rivais de Juno e outros. Bom, com certeza colocarei mias ao longo do tempo mas queria hoje uma que tivesse o final feliz. E apesar da vida sofrida de Psique, o final dela foi feliz.Não concordo muito com a moral da história, mas isso não interessa muito né? Também não gosto muito dessa linguagem mais formal, antiga, sei lá... Mas estava sem inspiração para atualizar Cupido e Psique hoje e as outras histórias, apesar de lindas, tem todas um final meio ou completamente triste.)

13 de janeiro de 2010

Sky

Stop crying sky
'Cause today I wanna a beautiful day
to say my friends how I love them
I wanna a beatiful day
to say that I fell in love
So, stop crying sky
Let the sun burn your heart
Like he does with mine
Let the sun rise and make this day happy,
this day fun.

Don't cry this way sky,
Don't be so cold
I don't like this sadness
Today is a party day
It isn't a day to cry,
Smile, my beatiful sky!

(Não gosto de postar textos em inglês, hoje em dia não gosto mais nem de escrever textos em inglês. Mas esse é o original e traduzir parece pior. Sobre ele: era um dia de festa e não parava de chover.)

9 de janeiro de 2010

Quieta

Eu sofro quieta,
Amo quieta, sonho quieta.
Sou assim.
O papel é quem sabe muito de mim.
Nasci assim.
Quando eu falo eu me perco.
Quando eu escrevo, me encontro.
Quando canto, me transbordo.
Transporto
Gosto de brincar com as palavras,
mas nem sempre consigo.
Sonho mais do que devia.
Sou pedra de areia
Sou porta de ferro.
O papel é quem sabe muito de mim.
Sou livro fechado inacabado,
sem revisão.
Um dia descubro algo além de que não caibo em mim.

Core

Sou uma pessoa dividida em duas
Em muitos sentidos.
Me divido entre esquerdo e direito
Entre curiosidade e medo
Entre amor e paixão

Me divido entre céu e terra
Entre letra e harmonia
Me divido entre eu e você
Sou detetive de mim mesma
E me divido entre medo e medo.

Me divido com certeza em muito
mais que duas.

(Autoretrato,dizem.)

Histórias Felizes

Histórias Felizes rendem pouco
Poucos poemas, poucas canções
Os felizes só tem tempo para a felicidade
Não tem tempo para a dor dos corações

E é por isso que agora eu não queria
Estar aqui fazendo essa poesia
Queria continuar desinspirada pela paz
Pela companhia

A alegria é muito mais difícil
de se por em melodia
Já que histórias felizes rendem pouco
Espero que a minha não renda muito mais.

8 de janeiro de 2010

Inconscientemente

Quando você não está aqui
eu fico entrando no seu quarto,
por algum motivo.
Algo me leva lá
Acho que sinto sua falta sem perceber.

Quando eu leio seus poemas,
seus contos,
seus esboços, eu me encanto.
Tanto.
Parece que me aproximo mais de você.

Engraçado eu me aproximar mais de você
sem você aqui.

4 de janeiro de 2010

Transcedência

"O artista vegeta fora do palco"
Falta uma parte,
um pedaço da alma
Do espírito
Um pedaço que completa o
poema de viver

É pelo prazer de fazer arte (sem status)
De abraçar o ar do templo,
Pra achar a palavra que falta no poema
O pedaço que falta na alma,
E fazê-lo constante.
Talvez pelo egoísmo da completude.

Palco por palco, não por platéia.
Pra achar e entender Matas Pedras
Lagos Mares e Rios.

Ela ou eu?

Ela tenta conhecer-se
Às vezes é tão introspectiva que parece estranha
Os mais profundos compreendem
e não fazem perguntas.
Os outros ela não sabe,
e prefere assim.
Te dou um pedacinho do chão se você estiver precisando de terra firme, mas se estiver precisando de sonhos te dou um pedacinho de algodão doce.
Te ouço ao telefone, mesmo se a ligação for caótica, com o mesmo prazer e atenção que teriamos se estivéssemos olho a olho.
Eu te falo e te ouço com o olhar, mesmo distante, em sintonia telepática.
Eu te amo e não tenho medo de más interpretações, te amo e pronto.
Sou verdade e razão, sonho e sentimento, sou para sempre, mesmo que o sempre não exista.

(Achei esse revirando meus papéis. Provavelmente é da minha irmã e é uma das coisas mais lindas que eu já li. Se estava nas minhas coisas, ela deve ter escrito pra mim algum dia, não me lembro.)

Em canto

Canto
Pois o canto me fascina
Canto
Porque essa arte me ilumina
Canto
Porque quando a voz sai
O resto acompanha
A mente expande
A alegria cresce
E a dor vai

Quanto mais alta a voz
Maior o sonho
Quanto mais fina a voz
Mais suave o violão
Mais doce a canção
Mais forte a certeza
De que nasci pra isso

Em meio a tantas dúvidas
Canto para achar as respostas
Ou as perguntas, certas.
E se continuo na dúvida
Canto, canto
Porque quanto mais canto
Mais forte é o abraço
E o tempo não alcança jamais
A voz que canta
A voz que canto

Canto
Porque de tanta arte
De tanta parte
Essa é a que mais me encanta
Enquanto canto, em todo canto.
Encanto.

(Um desabafo pessoal de 26/12/2006)

A Carta

E finalmente quando a carta chegar aos meus olhos,
Quando a palavra chegar aos meus ouvidos
A paz chegará de novo à minha alma.
Triste ou feliz,
a tranquilidade chegará outra vez ao meu peito
E desconsiderando o fim
Mas considerando o sentimento
Dessa história que poderá ou não ter reticências,
Vai estar tudo sendo embalado por uma voz suave
Declamando essa canção ainda desritmada
Ao som das asas farfalhando na saída
Ou, ao meu esperar, na chegada.

(Última - apenas a última- estrofe de um poema escrito há alguns 4 anos...)

Reconhecer

Toda paixão é inconstante
Todo amor é perene
E eu não sei qual dos dois
quero que tenha mais força.



(Outro poema de sorveteria, de novo a quatro mãos, duas mentes e dois corações, de novo não necessariamente nessa ordem.)

Bem te quero, mal me faz

Eu não sei como você me lê
Assim,
Eu tento não parar
Para não voltar a sentir




(Poema de sorveteria, escrito a quatro mãos, duas mentes e dois corações, não necessariamente nessa ordem.)

Esclarecimentos

Cada poema, cada conto, cada música tem uma história. Mesmo que essa história seja, também, outra história. Às vezes as inspirações são apenas inspirações, não tem nada de reais nelas, são apenas palavras que saem da mente, completamente inventadas. E as vezes não. Algumas vezes elas existiram, ou pelo menos a realidade é a grande inspiração.

Cada texto que for apresentado aqui pode ser visto desse jeito. Textos meus, textos de outros, citações de domínio público, frases de todo e qualquer tipo. Sempre que possível tentarei explicar (palavra péssima para esse contexto, porque um texto pode ser completamente inexplicável) o porque que cada texto foi escolhido para estar aqui. Se a intenção do leitor é a de que seja explicado o texto, como e porque ele foi escrito,sinto dizer que vou desapontá-lo, mesmo que o texto seja meu. Às vezes as palavras se adequam tanto a alguem, alguem que jamais pensou em escrevê-las, que tal alguem tem a melhor "explicação" possivel para elas.

Apesar de sempre ter me incomodado com o que direi a seguir, toda e qualquer interpretação é individual e o máximo que eu posso tentar fazer é mostrar porque cada palavra postada aqui me marcou e é só porque me marcou que ela está aqui.