Às vezes tenho a impressão que consigo sentir o sangue correndo, se espalhando pelas veias, indo e vindo do coração. Nos momentos de dor de cabeça mais acentuada, me distraio sentindo-o nas têmporas. Ou nos pulsos. Não alivia a dor, mas me distrai. Gosto quando os pés adormecem. Porque quando voltam consigo sentir o corpo se movimentando lá dentro. Toda reação do corpo é apreciável. Até nos momentos de maior dor. Nesses momentos, na verdade, que elas são mais intensas, elas são mais intrigantes. E instigantes.
Por isso, quando minha cabeça dói assim e meus olhos estão com essa textura seca que vem depois da água salgada em excesso, eu aprecio. Não que eu goste. Mas já que é inevitável, eu acho aonde me infiltrar, fisicamente dentro de mim mesma, talvez pra fugir da introspecção que realmente é assustadora. Aproveito pra sentir a vida que corre por baixo da pele, essa vida que pelo menos podemos tentar controlar.
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