16 de fevereiro de 2012

Peça

Primeiro sinal.

Segundo sinal.


Terceiro sinal.
Cortinas abrem. 

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São tantas, tantas coisas.
O problema do meu mundo nesse momento é que ele é grande demais. Eu sou covarde, total e completamente covarde. Não há uma célula sequer que emane qualquer tipo de coragem. Tenho medo do tamanho do mundo, da velocidade do mundo, do tempo do mundo e de todo mundo. Tenho medo das decisões erradas. Tenho medo das opções, porque tenho medo dos possíveis caminhos e descaminhos. Tenho medo do futuro que construo e mais ainda daqueles que... Destruo. E não, discordância do que eu digo não é o que eu quero, palavras de conforto não é o que eu quero. O que eu quero, o que eu simplesmente quero, o que eu profundamente clamo por, o que eu desesperadamente tento, é arrancar do fundo do peito, da garganta, da alma, de não-sei-onde essa sensação de... de... de... dúvida. Incerteza. Possibilidade.Tantas opções, tantos caminhos, tanta diferença. Tantas considerações, tantos prós, tantos contras, tanta merda. Merda. Merda pra mim, já que já estou aqui mesmo. Já que quero estar aqui. Já que tenho que escolher onde mais quero estar. Onde mais não, onde, por que não podem ser duas respostas. Sei que vão me encher o saco, mas me deu vontade de xingar hoje. Xingar! HA HA HA HA HA HA, eu digo merda e já acho que estou xingando, HA HA HA HA HA HA HA HA! Cômico. Como? Estúpido. Isto? É, isto é estúpido (essa palavra parece que cospe, não parece?). Quem se importa? São minhas dúvidas, são meus problemas, é a minha covardia. É o meu tempo, minha perda de tempo, meu ganho de tempo, minha falta de tempo, minha viagem no tempo em um potencial futuro em que olhe pra trás e diga "Puta que pariu, o que foi que eu fiz?", minha volta no tempo. (Puta que pariu já é mais que merda, não é?). É tudo meu e eu não quero palavras de conforto. Eu não quero soluções. Eu quero vomitar palavras desagradáveis e insuportáveis. Eu quero detestar alguma coisa com força para poder negá-la com força. Quando o amor por algo é muito, nós abraçamos o algo. Quando a repulsa é irreparável, afastamos. O meio termo é insuportável.
Todo o mediano é nauseante, é insosso, é sem vida. É falta de vida que se espalha pela vida inteira. E falta de sentimento também é tristeza.

"

Silêncio pasmo. Palmas constrangidas e agoniadas que não conseguem parar.

2 comentários:

  1. Isso é uma cerimônica de purificação da alma.

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  2. Opa! Aqui apareceu um texto interessante. Começou bem e terminou bem. Perdeu-se pelo meio, porque forçou demais o patético. O que é o patético? O pathos? O patético forçado é apenas um equívoco.

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