16 de abril de 2010

Acho

Sou dependente
De uma forma preocupante

De mim
dependo
de ti
Dependo do outro
de calor
de aconchego

Não gosto do meu uni(co)verso invadido
Quero uma personalidade incontestável
No entanto minha mente é esponja demais.

Gosto de mim
Não
gosto de algo em mim

Penso demais
com fundo demais
Em pensamentos, em sentimentos
Em tentar
-me
compreender

Parece que nasci para uma coisa - natural em mim,
só que escolhi outra - que exige um pouco demais

Procuro-me
Acho
não
me encontro

Devo ser quebra-cabeça com todas as peças,
D e s m o n t a d o
Dificil de achar a
Forma
Completa.

Hoje (nesse momento)
acho
que não é fácil ser eu.

(Poema de alguns meses atrás. Tinha publicado e depois tirei, não sei explicar o motivo. Mas acho que já é hora de republicá-lo. 'Entrou na chuva, molha'.)(A forma, pangaré, a forma...)

Um comentário:

  1. Acho, que republicou porque era para ser mesmo. Muito rico em conteúdo, encantador aos olhos e aos anseios do papai. Todavia, que tal explorar melhor a forma, que é, na pauta do dia, o principal recurso poético. Brinque com ela, divirta-se moldando obras diferentes com as mesmas palavras, mexendo apenas na forma, como se faz com os vasos de argila. Quer um exemplo? Retire a pontuação e desloque algumas palavras de lugar para que ganhem força de pontuação. Quer ver que bonito fica e que surgem outras alternativas ritimicas de leitura?
    Procuro-me
    Acho
    Não
    me encontro
    Devo ser quebra cabeças com todas as peças
    Desmontado
    Difícil de achar
    A Forma
    Completa
    Viu só, como sem querer o poema se tornou, inclusive, metalinguistico? Releia a sua estrofe re forma ulada e veja como poesia é mágico. beijo, tiamuntantão

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