3 de março de 2010

Entrelivros (6)

"E mais, seu amor ao animal é um amor espontâneo, não é forçado por ninguém. (...) O amor entre o homem e o cão é idílico. É um amor sem conflitos, sem cenas dramáticas, sem evolução. Em torno de Tereza e de Tomas, Karenin traça o círculo de sua vida, baseada na repetição, esperando deles a mesma coisa.
Se Karenin fosse um ser humano e não um animal, certamente já teria dito a Tereza, há muito tempo: "Escuta, não acho graça de todos os dias ter que levar um croissant na boca. Não poderia descobrir uma brincadeira diferente?" Essa frase contém toda a condenação do homem. O tempo humano não gira em círculos, mas avança em linha reta. Por isso o homem não pode ser feliz, pois a felicidade é o desejo da repetição."

(A insustentável leveza do ser, again!)

Um comentário:

  1. Tenho esse livro, clássico, mas ainda não tive tempo de o ler, infelizmente. Mas algo me diz que ele ficará na cabeceira para sempre.

    abç
    Pobre Esponja

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